22 de outubro de 2018

Insistência no Pecado: Existe em mim, ao menos, um desejo de mudança?


Existem pecados que por mais conhecimento que temos da Palavra de Deus, por mais insistente que seja nossa oração, e mesmo tendo-o confessado a cada vez que vamos ao confessionário, ainda assim, não conseguimos vencê-lo. Torna-se um vício, um pecado de "estimação" e quase sempre, quedas recorrentes no levam a acreditar que não há jeito pra nós. Caímos no comodismo, deixamos de lutar e nos acostumamos com o pecado.

Nem sempre queremos insistir no mesmo erro, muitas vezes dói em nós cair sempre no mesmo pecado, mas o hábito acaba tornando o pecado automático e nossa fraqueza um ato constante ainda que conscientes do erro que cometemos. São Paulo fala sobre isso em Romanos 7,18-21: "Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita o bem, porque o querer o bem está em mim, mas não sou capaz de efetuá-lo. Não faço o bem que quereria, mas o mal que não quero. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu que faço, mas sim o pecado que em mim habita. Encontro, pois, em mim esta lei: quando quero fazer o bem, o que se me depara é o mal.". Infelizmente, por mais que travemos uma luta contra nossa fraqueza, contra nós mesmos, muitas vezes não conseguimos deixar a escravidão que um pecado nos colocou.

Somos humanos e Deus compreende nossa imperfeição. Porém, isso não pode se tornar desculpa para parar de lutar. Buscar a confissão, se arrepender e retomar a luta são remédios eficazes que nos levam graça de Deus. Mas, se caímos demais, se nossa luta anda mais na vontade que na atitude, nossa oração tem sido mais teórica do que pratica, é necessário se perguntar: eu realmente quero vencer? Existe em mim uma sede de mudança de vida, de abandonar o pecado que me escraviza, ou minha oração não tem passado de palavras bonitas, meu arrependimento não é realmente sincero e eu tenho vivido de intenções que no fundo, não pretendo cumpri-las? 

O pecado nos faz mentir para nós mesmos. Quedas recorrentes demais podem ser sinais e consequências de um combate que não travamos corretamente contra as tentações e as fraquezas da nossa carne. Existe bondade em nós, existe tristeza em ofender a Deus com nossas falhas... mas será que dentro de mim o pecado tem sido tão prazeroso, tão agradável que eu não quero deixar pra trás porque é conveniente pra mim? 

Parece absurdo, mas chegamos a um ponto em que o pecado chega a nos fazer felizes! Uma ilusão terrível, mas que vai ganhando força dentro de nós. Na hora da queda, no momento que vivemos aquele pecado, ele nos é agradável e nos satisfaz ainda que só momentaneamente. Essa é a isca do maligno. E nós vamos acreditando nessa felicidade falsa do pecado. 

As vezes queremos até defender nossa conduta errada: minimizamos o pecado, dizemos que é algo relativo, que está fora de realidade, que não vale mais pros dias de hoje... queremos mudar até Bíblia! 

São muitas as justificativas absurdas que vamos tentando criar pra não nos afastar do pecado. Tentamos mudar até a opinião de Deus (como se isso fosse possível!), querendo "convencer" o Senhor de que o que estamos fazendo é certo: "Senhor, eu não estou fazendo mal a ninguém!"; "Eu gosto dessa vida, que problema tem isso?"; "Eu vou mudar, mas agora eu preciso curtir a vida"; "Isso não me faz mal...". Pra defender nossas conveniências tentamos mudar tudo e todos, menos a nós mesmos!

Precisamos Querer Mudar

Deus nos dá toda força para vencer nossas fraquezas. Perdoa todas as nossas quedas, por piores e repetidas que sejam, mediante nosso arrependimento sincero. O problema não é necessariamente cair tantas vezes se isso se dá pelo fato de sermos fracos e tentados. O problema é a queda ser constante porque eu não me dou ao trabalho de lutar, quando eu não quero de fato mudar e vivo um arrependimento superficial, dizendo pra Deus que "eu quero uma vida nova" da boca pra fora. Renuncio e prometo "mundos e fundos" só porque o pregador ou Padre aconselhou ou pediu pra dizer num momento de oração, porque estamos perto de pessoas a quem queremos impressionar, por medo das consequências momentâneas. Mas não demora muito, esquecemos de tudo e retornamos ao pecado. As vezes, até pioramos. 

A vitória sobre o mal, o fim da nossa escravidão e o rompimento definitivo com o pecado depende do nosso querer e de uma vontade real e sincera, de um propósito de conversão. Precisamos desejar mudar pra valer, ser sinceros com nós mesmos no fato de que aquele pecado não serve, que a vida que estou vivendo não reflete quem eu sou de fato e nem está no plano de Deus pra mim. Reconhecer o erro e buscar a mudança.

Quando lutamos pela vitória e pela libertação dos pecados, não apenas por conveniência ou aparência, e ainda que passamos a vida toda caindo (mas lutando), estamos sendo movidos pela fé, pela consciência da Palavra de Deus e de sua Vontade e sobretudo por Amor a Deus. Se não houve em mim ao menos desejo de mudar realmente, palavras serão meras palavras e jamais seremos livres do pecado simplesmente porque não queremos.

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